quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Você é luz

Mesmo noiva, comprometida e compromissada, de casamento marcado para daqui a dois meses, se tem uma coisa que eu gosto de fazer é me divertir. Já passei da fase party girl, em que saía quase todas as noites, mas há poucas coisas melhores do que uma noite divertida na companhia de amigos.

Há pouco tempo, em uma dessas semanas (tão comuns no meu relacionamento que, em tese, não deveria ser à distância) em que o noivo estava viajando a trabalho, fui me encontrar com amigos para uma noite de cantoria num barzinho. Como essas noites costumam congregar grupos diferentes, acaba que sempre encontramos novos amigos, e num papo com um desses amigos novos, recém-separado, ouvi mais uma vez o célebre: "Mas você está num relacionamento e está saindo sozinha?" Pois é, eu cá, ele lá e a vida segue.

Acho engraçado (sem ter graça alguma) essa quase obrigatoriedade de casais estarem sempre juntos. É claro que junto é melhor, afinal, se não o fosse, então era melhor estar solteira. Mas nada é perfeito e, na impossibilidade da presença desejada, uma noite promissora continua o sendo, amigos continuam amigos, e risadas são sempre bem-vindas.

Ontem foi uma dessas noites históricas, e, por que não dizer, histéricas. Não é sempre que se vê Wando ao vivo e que se tem a oportunidade de brigar por uma calcinha jogada do palco por ele. Posso dizer que, se ele tivesse uma restraining order (esqueci o nome disso em português. Se eu me lembrar, volto e corrijo) contra mim, esta que vos escreve agora estaria na cadeia. Wando, Pepeu Gomes, saxofone e trompete, pizza e amigos: só faltou meu amor para cantar comigo "Ieiê, eu hoje vou comer você!"

Vida que segue. E, de preferência, com algumas horinhas a mais de sono para compensar a farra.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Buquês


Não sei de onde vem essa tradição de pegar o buquê da noiva, mas sei que nunca havia posto as mãos em um buquê antes(com exceção de quando tinha 5 anos e fui daminha da minha tia). Começo de namoro, medo de assustar o rapaz, acabo tomando coragem e convidando para uma prova de fogo: um casamento em família.

Tudo bem que os pais já haviam sido apresentados. Mas casamento é casamento. Começa com a pressão de estar em um lugar festejando aqueles que "resolveram dar o passo adiante", que pode ser ainda maior para quem já passou dos trinta. E piora tudo quando um dos noivos é um membro familiar, o que significa inevitavelmente conhecer boa parte da parentada. Sendo boa garota de família que sou, amo primos e tios profundamente, mas sei o impacto que aquela gente toda reunida pode causar. Fora o fato de, uma vez em São Paulo, aproveitar para apresentar membros do outro lado da família. Foi vó, vô, tio, primo, tio-avô, primos em segundo e terceiro grau e o que mais pudermos imaginar.

O fato é que o incauto achou que poderia ser uma experiência divertida. E aceitou o convite. Mas podia ele saber que, além de chá de família ainda iria ter que ver a nova namorada de buquê em punho. Ele diz que não valeu por vários motivos: a noiva fez cinco mini buquês e, em vez de arremessar, brincou de cabra-cega. Mas permanece a foto: lá estou euzinha que vos falo com flores na mão. E nem precisei brigar por elas.

Resolvido!!

Ontem demos o ok final para a gráfica, depois de algumas pequenas correções, um novo pedido de orçamento e várias risadas compartilhadas com os padrinhos sobre um texto engraçadinho a ser incluído. Explico-me:

Segundo a pessoa que nos atendeu na gráfica, é praxe colocar o horário no convite meia hora mais cedo do que se espera começar de fato. Tudo bem que dificilmente conseguiremos começar às 21 e zero minutos, mas não queremos também colocar 20:30 só porque é a praxe. Por mais espetacular que seja, um casamento não é uma peça de teatro ou uma sessão de cinema. Estamos sujeitos a todo tipo de imprevisto, até mesmo um dos nubentes (palavra boa, não?) ser preso. Ser preso? Bom, isso é uma história real para outro post. Enfim, o que quero dizer é que provavelmente haverá algum tipo de atraso, mas pretendemos que ele seja limitado ao máximo.

Não ousamos excessivamente no nosso convite. Tampouco optamos pelo tradicional. Procuramos dar um tom leve, descontraído, mas sem resvalar para a comédia explícita. Mas recebemos algumas sugestões divertidas dos padrinhos. Aí está a lista:

talvez os padrinhos se atrasem.

após o terceiro sinal não será permitida a entrada na cerimônia. o dinheiro não será reembolsado.

quem se atrasar perde o direito de pegar o buquê

Nós fizemos a nossa parte. Agora é a sua vez, chegue na hora

Por favor não atrase, periga um dos noivos entrar em pânico e mudar de idéia

Não atrase. Quanto mais rápido for a cerimônia, mais cedo começa a festa

Queremos muito nos casar logo, portanto, não se atrase!

Se alguém quiser copiar, por favor fale com Raquel ou Renê.

Agora começa a triste hora de colocar todos os nomes no papel e iniciar o processo seletivo. Quem foi que disse que casamento não tem nada a ver com o mundo dos negócios?

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Konvites

Mês novo, pendência nova resolvida. Ou pelo menos encaminhada...

Ontem finalmente demos um passo definitivo com relação aos convites. Depois de uma visita de uma hora e meia à gráfica (e de sair de lá apenas com uma idéia mais ou menos definida do que fazer) e outra de quase uma hora, com direito a lição de casa, sentamos, discutimos (não a relação!), e decidimos. Quer dizer, tudo ainda pode mudar, mas digamos que não é exatamente essa a intenção.

Confesso que até fico um pouco receosa com relação às minhas próprias exigências; ap contrário da noiva tradicional, que sonha com um casamento branco, eu quero algo mais. Aceito as tradições, desde que elas façam algum sentido para mim. E aquele convitão enorme, aquele desperdício de papel, com aquela letrinha imitando letra de mão para dar o tom de pompa e circunstância, aquela mania de escrever "às vinte e uma horas do dia trinta e um de janeiro..." são apenas um símbolo do medo de ousar.

Não que eu seja a personificação da ousadia. Muito pelo contrário até, já que uma das minhas batalhas interiores constantes é me desapegar da preocupação sobre a idéia que os outros farão. Por outro lado, enquanto atriz/professora, o efeito que causo nos outros é instrumento de trabalho. E viva a dicotomia! Enfim, sem me perder em devaneios outros, eu queria apenas algo que, de certa maneira, pudesse dar o tom, o nosso tom, mostrar quem somos e o que as pessoas poderão esperar.

O que diz um envelope vermelho? Bom, isso ficará a cargo de quem recebê-lo. A nossa parte já foi feita.

Nota: o título do post é por causa da nossa gráfiKa

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Mais preparativos

E a lista dos afazeres continua.

Há duas semanas fomos à gráfica para começarmos a pensar nos convites. Lá chegamos, e a atendente agendada para nós veio, muito simpática, e nos levou a uma sala mais reservada, onde pudemos nos perder por aproximadamente 2 horas. Duas horas para não sair de lá com uma escolha feita? É isso mesmo.

Primeira decisão:
que estilo de convite, tradicional ou moderno? Moderno.

Ok. É entregue um fichário com uns 50 modelos diferentes, entre envelopões, envelopinhos, dobraduras, fitinhas, convites com fotos dos noivos e tudo mais que a sua parca imaginação nunca pensou ser possível. Reduzimos nossas opções para apenas uns 5 modelos preferidos. Mais debate até chegar no vencedor.

Chega a fase do papel: 30 escolhas entre opções para envelope e o convite propriamente. Fazemos nossa escolha, depois de mais uns tantos minutos de debates e exames de minúcias, afinal, cada um dos papéis tem um brilho diferente dependendo da incidência da luz. Ou então, você tem a opção de escolher uma cor, mas depois disso ainda terá que escolher a textura. Tá pensando que a vida é fácil? Quem mandou gostar dessa tal história de livre-arbítrio?

Ok. Escolha feita, depois de muito tempo sobrepondo tipos diferentes de convites sobre envelopes. Chegamos às letras: alto-relevo? Monograma no envelope? Manda tudo! Vamos somar essa bodega e ver o o tamanho do prejuízo. Mais de uma hora perdida depois, vemos os tracinhos na calculadora que indicam que passamos (em muito) o que pretendíamos gastar.

O que a gente pode tirar dessa soma para reduzir os custos?

Fora alto-relevo. Fora monograma. Preço? Ainda alto. E se a gente escolhesse outro modelo de convite???

E a luta continua...

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Já que este é um blog pré-marital, achei este editorial encontrado no NY Times bastante apropriado. Em tempo: quem quiser ver o original, clique aqui


This weekend, we celebrate our great American pastime: messy celebrity divorces.

There’s the Christie Brinkley/Peter Cook fireworks on Long Island and the Madonna/Guy Ritchie/A-Rod Roman candle in New York.

So how do you avoid a relationship where you end up saying, “The man who I was living with, I just didn’t know who he was” — as Brinkley did in court when talking about her husband’s $3,000-a-month Internet porn and swinger site habit? (Not to mention the 18-year-old mistress/assistant.)

Father Pat Connor, a 79-year-old Catholic priest born in Australia and based in Bordentown, N.J., has spent his celibate life — including nine years as a missionary in India — mulling connubial bliss. His decades of marriage counseling led him to distill some “mostly common sense” advice about how to dodge mates who would maul your happiness.

“Hollywood says you can be deeply in love with someone and then your marriage will work,” the twinkly eyed, white-haired priest says. “But you can be deeply in love with someone to whom you cannot be successfully married.”

For 40 years, he has been giving a lecture — “Whom Not to Marry” — to high school seniors, mostly girls because they’re more interested.

“It’s important to do it before they fall seriously in love, because then it will be too late,” he explains. “Infatuation trumps judgment.”

I asked him to summarize his talk:

“Never marry a man who has no friends,” he starts. “This usually means that he will be incapable of the intimacy that marriage demands. I am always amazed at the number of men I have counseled who have no friends. Since, as the Hebrew Scriptures say, ‘Iron shapes iron and friend shapes friend,’ what are his friends like? What do your friends and family members think of him? Sometimes, your friends can’t render an impartial judgment because they are envious that you are beating them in the race to the altar. Envy beclouds judgment.

“Does he use money responsibly? Is he stingy? Most marriages that founder do so because of money — she’s thrifty, he’s on his 10th credit card.

“Steer clear of someone whose life you can run, who never makes demands counter to yours. It’s good to have a doormat in the home, but not if it’s your husband.

“Is he overly attached to his mother and her mythical apron strings? When he wants to make a decision, say, about where you should go on your honeymoon, he doesn’t consult you, he consults his mother. (I’ve known cases where the mother accompanies the couple on their honeymoon!)

“Does he have a sense of humor? That covers a multitude of sins. My mother was once asked how she managed to live harmoniously with three men — my father, brother and me. Her answer, delivered with awesome arrogance, was: ‘You simply operate on the assumption that no man matures after the age of 11.’ My father fell about laughing.

“A therapist friend insists that ‘more marriages are killed by silence than by violence.’ The strong, silent type can be charming but ultimately destructive. That world-class misogynist, Paul of Tarsus, got it right when he said, ‘In all your dealings with one another, speak the truth to one another in love that you may grow up.’

“Don’t marry a problem character thinking you will change him. He’s a heavy drinker, or some other kind of addict, but if he marries a good woman, he’ll settle down. People are the same after marriage as before, only more so.

“Take a good, unsentimental look at his family — you’ll learn a lot about him and his attitude towards women. Kay made a monstrous mistake marrying Michael Corleone! Is there a history of divorce in the family? An atmosphere of racism, sexism or prejudice in his home? Are his goals and deepest beliefs worthy and similar to yours? I remember counseling a pious Catholic woman that it might not be prudent to marry a pious Muslim, whose attitude about women was very different. Love trumped prudence; the annulment process was instigated by her six months later.

“Imagine a religious fundamentalist married to an agnostic. One would have to pray that the fundamentalist doesn’t open the Bible and hit the page in which Abraham is willing to obey God and slit his son’s throat.

“Finally: Does he possess those character traits that add up to a good human being — the willingness to forgive, praise, be courteous? Or is he inclined to be a fibber, to fits of rage, to be a control freak, to be envious of you, to be secretive?

“After I regale a group with this talk, the despairing cry goes up: ‘But you’ve eliminated everyone!’ Life is unfair.”

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Tô bolada!

Não, não acho que nada vá dar errado. E nem estou querendo gorar nada. Só estou começando a pensar um pouquinho mais sobre o andamento que quero dar para festa, e é aí que vem o bolo. O que fazer com o bolo? Ainda mais um bolo lindo daqueles, e que promete estar delicioso.

Tem uma coisa que sempre me incomodou deveras em casamentos. Quando chegamos à recepção, lá está aquela mesa linda, com um bolo chiquérrimo, muito glacê branco, massa americana e, quem sabe, o casalzinho no topo prenunciando o início de uma vida onde 1 passa a ser 2. Tanto açúcar e afeto para quê? Para ser servido no meio da festa, quando dois terços dos convidados estão na pista e o outro terço já se mandou. Aquela obra-prima de repente se divide em fatias e ninguém nota. Quer dizer, notam sim, e sentem-se ligeiramente expulsos da festa. "Beleza, o bolo já foi servido, então é hora de se mandar". Mas se o bolo é uma coisa assim tão simbólica (alguém consegue imaginar um casamento sem bolo?), por que ele recebe tão pouca atenção assim?

Minha idéia é fazer do bolo mais um ritualzinho, algo que as pessoas vejam acontecer, "Olha, estão cortando o bolo". Mas para isso, seria necessário cortá-lo muito antes da hora tradicional. Na minha concepção do que seria ideal, o bolo seria cortado, e quem sabe servido, antes que a pista realmente começasse a pegar fogo. Por outro lado, sendo servido mais tarde, a bomba de glicose ajuda aos convidados mais entusiasmados a recuperarem um pouco da dignidade diluída no álcool.

Será que eu consigo?

Para os não-cariocas de plantão, quando alguém diz "estar bolado", está querendo dizer que está desconfiado, suspeitando que há algo de podre no reino da Dinamarca etc.